A distância e a falta dos meios de transportes fazem parte do cotidiano das pessoas que moram no interior, percorrer grandes distancias de uma fazenda a outra a pé ou a cavalo é comum, as casas geralmente são feitas com madeira (pau-a-pique) ou barro, a mobília é bem simples tem somente o necessário, eles plantam e criam o que comem, criam galinhas e porcos e havendo recursos algumas cabeças de gado, vacas leiteiras, não faltam os cães de guarda, e os que podem têm um cavalo também, uma mula ou burro como animal de carga ou para cavalgar, cultivam e plantam a sua própria horta, algumas vezes para vender ou para consumo próprio.
Os campos, ou como eles dizem “a roça”, ficam a certa distância da casa e neles cultivam-se o milho, a cana de açúcar, o café, o feijão, o arroz e o amendoim, partes dos produtos são consumidos, partes são vendidos no mercado.
A divisão do trabalho entre as pessoas do interior baseia-se na diferença
de sexo: à mulher cabe cuidar da casa e dos filhos, ao homem, o trabalho
do campo. Existem também divisões de idades, a tarefa das meninas é varrer, escolher mantimentos, arrumar a cozinha, o trabalho das moças é mais lavar, cuidar da casa, cozinhar, também costurar e trabalhar na roça. Os serviços das mulheres são mais pesado: deve cozinhar para mais gente, fazer farinha, torrar café, socar milho, cuidar da casa e das crianças. Se não têm filhos pequenos trabalham muito na roça, se têm filhos pequenos trabalham mais em casa e só vão para a roça quando o serviço está mais apertado. O trabalho das mulheres de mais idade é fiar, remendar, olhar as crianças, escolher mantimentos. Tanto as mulheres como as moças e as velhas mexem com vasilhas, algumas sabem fazer peneiras. As tarefas mais pesadas, como a derrubada e o roçado da mata cabem ao homem, o qual se for casado ou morar ainda em família deixa, à mulher, à mãe ou a uma irmã já adulta, as preocupações domésticas, para dedicar todo o seu tempo ao cuidado dos campos. Aos homens cabem além disso o transporte de “cargas pesadas” e manter contatos com os grupos vizinhos e o mercado, o que freqüentemente impõe verdadeiras viagens, o mais das vezes a pé. Alguns dos homens sabem fazer peneiras, balaios de taquara e gamelas para o uso familiar.
No interior o matrimônio torna-se necessário pelas condições de trabalho, mas também pelo fato de representar a solução do problema sexual, pois “sem companheira” o lavrador pobre não tem satisfação de sexo, auxílio na lavoura, alimentação regular. Em princípio, os dois últimos problemas não se colocam enquanto os pais vivem, pois a solidariedade familiar remedeia a ambas as necessidades e a mãe faz às vezes da mulher economicamente requerida. Mas considerando que eles acabam antes dos filhos, é necessário a estes tomar estado e assumir iniciativa econômica. Do mesmo modo, para a mulher, o matrimônio é condição de estabilidade e segurança, visto que, falecidos os pais, a solteira fica praticamente sem posição definida. Os padrões correntes acentuam a vida de pena e sacrifício da esposa, o que todavia não parece constituir empecilho ao desejo de arranjar marido e casar.
O sistema de compadrio no interior é muito importante, sua importância é de prover a cada membro de uma comunidade de pessoas (compadres e comadres) a quem possa recorrer e das quais por sua vez estará à disposição em caso de necessidade, como também prover certo número de pais espirituais (padrinhos e madrinhas), prontos a ajudar os membros mais jovens quando for preciso.
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